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Existe um elefante na sala que muitos gestores de lojas virtuais estão fingindo não ver: a web 3.0 no e-commerce.
Pensar em web 3.0 no e-commerce significa estar atento à próxima grande mudança pela qual todas as lojas virtuais precisarão passar para continuarem existindo.
Essa mudança não é somente nos meios de pagamento ou das preferências do consumidor. É na própria internet, que com a web 3.0 não só mudará estruturalmente como também implicará nas mudanças de comportamento de quem compra online.
Web 3.0, também chamada de Web3, é a terceira geração da internet pública. Eu digo “pública” porque a primeira geração foi aquela criada para fins militares, ou seja, a população não tinha acesso. A Web1 era estática e só a utilizávamos para consumir conteúdo, enquanto a Web2 trouxe a interatividade (e, por tabela, as redes sociais).
Agora, digamos que a palavra da Web3 é “descentralização”, pois ela trouxe a blockchain que, com toda a sua segurança e confidencialidade, possibilitou a criação de criptomoedas, NFTs e o metaverso.
Imagine um livro-razão, de contabilidade. Tudo ali fica registrado em ordem cronológica para fins de transparência, certo? Pensar na lógica de livros-razão aplicada à digitalização/tecnologia é a chave para compreender blockchain.
A blockchain é uma cadeia de blocos conectados que registram informações. Todos esses blocos são confeccionados após cálculos (mineração) feitos por inúmeros computadores (mineradores) conectados numa rede. Essa rede é descentralizada, ou seja, não pertence a empresas como Google ou AWS.
Cada bloco (assim como as informações contidas neles) recebe uma identificação ordenada que não pode ser “renomeada”, digamos assim. Portanto, nem os eventos cronológicos podem ser mudados, nem qualquer outro metadado alterado.
Trazendo para o nosso mercado de e-commerce, trago dois pontos de mudança que a blockchain pode proporcionar.
O cliente vai gostar disso porque caso ele queira vender ou simplesmente presentear este produto a alguém, terá posse de documentos da blockchain que comprovam a originalidade do produto. Então, é só transferir essa posse à outra pessoa.
Para registrar algo na blockchain, o agente precisa fazer um pagamento à plataforma mantenedora. A mais utilizada é a Ethereum. Parte deste valor é dado aos mineradores, como recompensa, quando eles concluem um cálculo, ou seja, validam as informações e os blocos.
Porém, não se trata de um repasse em uma moeda fiduciária, mas virtual. O grande ponto é que essas moedas também estão na blockchain (e, portanto, possuem um registro em rede que não pode ser alterado).
Ou seja, existe uma ordem lógica programática e imutável que pressupõe a existência de “X moedas” assim como cada cédula física de moedas fiduciárias possuem um código.
Isso é o que dá valor a uma criptomoeda. E se existe algo monetário num espaço (digital ou físico), automaticamente surge a demanda de “coisas” para este algo comprar. Nesse caso, são as NFTs.
NFTs (Non-Fungible Tokens, ou Tokens Não Fungíveis) são códigos numéricos que representam algo registrado numa blockchain. Obviamente, são inalteráveis e incopiáveis.
É possível utilizar este recurso da web 3.0 no e-commerce quando se pensa em fidelização. Considerando que a propriedade de um NFT é exclusiva, ao oferecer um desses tokens aos seus clientes, sua loja os valoriza.
Veja a Adidas: em parceria com Bored Ape Yacht Club, PUNKS Comic e Gmoney, a empresa finalizou nesta sexta-feira (14) sua “fase 2 de entrada no metaverso”1. A estratégia consistiu em uma coleção de 30 mil NFTs cujos proprietários têm acesso a benefícios, como acesso ao adiVerso (metaverso da Adidas no The Sandbox) e resgate de alguns produtos físicos.
No mundo do e-commerce, sua loja não precisa criar o próprio metaverso para usufruir dos benefícios da Web3. Mas, ela pode oferecer alguns NFTs como diferencial para os clientes comprarem consigo.
Aqui no Brasil, as empresas ainda estão pisando em ovos na exploração da web 3.0 no e-commerce, pois tudo ainda é muito novo. No entanto, uma startup brasileira chamada VEX se propõe a ser a ponte de entrada para empresas de moda no metaverso.
Com Bianca Torquato como CEO, a VEX atua em duas frentes. A primeira é a criação de roupas virtuais próprias (como NFT), cuja coleção inicial foi lançada no último 23 de setembro. A segunda, com o nome de VEX Authentics, consiste na criação de roupas virtuais para marcas da moda que querem entrar no metaverso2.
Quem comprar os NFTs da VEX, tanto os autorais como os de marcas parceiras da startup, poderão utilizá-los no MetaEXP, o mesmo metaverso onde as Lojas Americanas se fazem presentes.
Por sinal, essa unidade das Lojas Americanas ainda não se relaciona com o mundo real, ou seja, seus produtos não são NFTs e só podem ser usados dentro do jogo. Mas a EnablersDAO, empresa dona do MetaEXP, diz que pela plataforma as marcas podem sim realizar eventos e vender produtos reais, num conceito chamado M2O (metaverse-to-offline)3. Este deve ser o próximo passo das Americanas.
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1 INTO THE METAVERSE | adidas Originals
2 Rubinstein Cavalcanti, L. (2022). Startup brasileira foca em roupas virtuais para impulsionar marcas na Web3. [online] Money Times. Disponível em: https://www.moneytimes.com.br/startup-brasileira-para-impulsionar-marcas-na-web3-lanca-seus-primeiros-nfts/ [Acesso em 11 Out. 2022].
3 Fernandes, D. (2022). Americanas lança loja em metaverso gamer e leva experiência da loja física para os jogos online. [online] E-commerce Brasil. Disponível em: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/americanas-loja-metaverso-gamer [Acesso em 11 Out. 2022].
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