Vitrines inteligentes no e-commerce

Para quem vende online, é indispensável ter uma vitrine inteligente no e-commerce. Ela permite, como você verá em detalhes neste artigo, a personalização da exibição dos produtos para cada um dos clientes que visitarem seu site.

A personalização é um elemento muito importante. O E-commerce Brasil, com informações da consultoria Gartner¹, diz que em 2018 as lojas virtuais deixaram de faturar US$756 bilhões devido à falta de personalização (ou com uma personalização malfeita).

Sabe aquela vitrine “as pessoas também viram”? Elas são criadas por vitrines inteligentes e são capazes de gerar 68% da receita de uma loja virtual².

O que são vitrines inteligentes no e-commerce?

Vitrines inteligentes no e-commerce são espaços que, dentro de uma loja virtual, exibem produtos recomendados pelo Sistema de Recomendação. É comum que essas vitrines apareçam na home, nas páginas de produtos e nos carrinhos de compra. Elas substituem as tradicionais vitrines físicas e tem como objetivo atrair a atenção dos consumidores.

Como funciona um Sistema de Recomendação?

Um Sistema de Recomendação é uma tecnologia que utiliza a inteligência artificial e inúmeros algoritmos para entender o perfil da pessoa por trás daquela seção do site. A partir disso, ele recomenda alguma coisa.

Digo “alguma coisa” porque sistemas de recomendação não são uma exclusividade do comércio online. Outras aplicações são as sugestões de amizade em redes sociais, aplicativos destacados na Play Store/App Store, músicas e podcasts recomendados no Spotify e os vídeos relacionados do YouTube (assim como filmes e séries de serviços de streaming).

Ainda neste artigo, você entenderá melhor as vantagens da utilização das vitrines inteligentes. Mas, a seguir, vamos entender os tipos existentes.

Tipos de vitrine inteligente

Existem três tipos de vitrine inteligente: a de recomendações não-personalizadas, personalizadas e autônomas. Entenda melhor a seguir.

Recomendações não-personalizadas

As recomendações não-personalizadas exibem produtos categorizados que não necessariamente estão relacionados aos gostos pessoais do usuário, mas que podem agradá-lo de alguma outra forma.

Aqui, a estratégia está em exibir recomendações que flertam com gatilhos mentais, como:

• Produtos mais vendidos (aprovação social);
• Lançamentos (ineditismo);
• Promoções (contraste — de preços);
• Frete grátis (oportunidade);
• Últimas unidades (escassez).

Ao escolher uma vitrine inteligente de recomendações não-personalizadas, você alcança o cliente que ainda não possui um histórico com o seu e-commerce. É por isso que, normalmente, essas vitrines têm lugar cativo na home e exibem os mesmos produtos para todos os novos visitantes.

Você não pode escolher quais categorias aparecerão (ou ficarão de fora) numa vitrine desse tipo, pois a ideia é dar espaço para a inteligência artificial e os algoritmos trabalharem.

Recomendações personalizadas

Vitrines inteligentes que contam com recomendações personalizadas são aquelas cujas opções mostradas estão relacionadas ao produto da página. Sendo assim, se o usuário estiver na página de um cortador de grama, por exemplo, é comum que a vitrine inteligente exiba produtos de jardinagem e decoração.

Além disso, as recomendações personalizadas também consideram o histórico de cliques do usuário na seção atual do site. Em outras palavras, os algoritmos cruzam produtos relacionados aos que o usuário visitou e os exibe na vitrine inteligente — tal como um vendedor de loja física faria.

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E pode ser também que apresente outra vitrine com produtos complementares, incentivando a compra em conjunto. Saiba que 48% dos consumidores ficam mais tempo em um site quando sentem que a experiência é personalizada.

Recomendações autônomas

Finalmente, as recomendações autônomas são as mais promissoras de uma loja virtual, pois exibem produtos que variam de acordo com interesses gerais do usuário (e não apenas aqueles que ele demonstrou ter ao navegar pelo site).

Esses interesses são descobertos através dos algoritmos e da inteligência artificial, mas — ao contrário das recomendações personalizadas — a tecnologia usa informações comportamentais dos clientes em toda a internet.

Ou seja: histórico de pesquisas feitas nos buscadores (como o Google), compras nos últimos meses e demais fatores que indicam preferências são utilizados em vitrines inteligentes de recomendações autônomas.

Elas podem ser melhores que os próprios vendedores de lojas físicas devido à imensidão de informações (Big Data) usada pela inteligência artificial.

Principais vantagens das vitrines inteligentes no e-commerce

Além da personalização que as vitrines inteligentes possibilitam, como você já viu neste artigo, seu uso traz outras vantagens. Confira.

1. Contextualização

Não é difícil recomendar produtos relacionados de uma loja virtual. O desafio está na contextualização.

Explico. Considere o seguinte exemplo: um jogo de videogame para um console de última geração não funciona em um aparelho da geração anterior. Logo, quem possui um PlayStation 5, não tem nenhum interesse numa versão do mesmo jogo para PlayStation 4, certo?

Bom, depende do contexto. Olha só as possibilidades:

• Uma pessoa que coleciona jogos provavelmente quer ter as duas versões;
• Uma pessoa que possui um PlayStation 5 já não tem mais interesse em jogos do PlayStation 4;
• Uma pessoa que possui um PlayStation 5 (e não é colecionadora) pode querer a versão do PlayStation 4 para presentear um filho ou afilhado — e a idade deste potencial cliente pode entregar a informação, uma vez que dificilmente um adolescente tem afilhados;
• Uma pessoa que tem o PlayStation 4 pode querer apenas a versão limitada do jogo para PlayStation 5.

Percebeu como essas distinções não são possíveis apenas com algoritmos? É necessária uma contextualização baseada em dados externos, obtidos por meio de inteligência artificial.

2. Aumentar o ticket médio

Quanto mais aderentes forem as recomendações aos usuários, maiores são as chances de aumentar o ticket médio. Já fez uma compra que saiu mais cara porque na página do produto ou na de checkout havia uma vitrine inteligente sugerindo produtos complementares?

“O que são vinte reais a mais? O frete já está grátis mesmo”. E, assim, o ticket médio da loja aumenta.

3. Permitir que o usuário faça novas descobertas

Muitos produtos conhecidos contam com acessórios desconhecidos. Acrescentar uma vitrine inteligente personalizada no checkout pode fazer o usuário descobrir que, por um pequeno valor a mais, a utilização daquele produto será melhor com aquele acessório.

Isso melhora tanto a experiência de uso do produto como a experiência de compra com a sua loja — afinal, foi por meio dela que o cliente descobriu algo que o trouxe uma vantagem prática.

4. Melhorar a experiência de compra

Como já adiantei acima, recomendações eficientes melhoram a experiência de compra dos clientes. Inclusive, esse é um fator que facilita a fidelização, pois ele se lembrará da sua loja na próxima compra.

Principais ferramentas de vitrine inteligente no e-commerce

O mercado possui muitas opções de vitrine inteligente para você contratar. Separei abaixo algumas que integram com a VTex, NuvemShop e Loja Integrada.

• VTex Intelligent Search
• SmartHint
• Linx
• Performa.ai
• BrainDW
• Datatrics
• Mapp

Vale a pena ter uma vitrine inteligente? 

Não tenha dúvidas de que sim. A principal razão é que ela é um elemento facilitador para os dois lados: o seu e o do cliente.

Primeiramente, o cliente se sente compreendido ao receber recomendações que, de fato, o ajudarão. Este é o princípio da empatia. 74% dos consumidores se frustram quando veem conteúdos irrelevantes para si².

Mas quando acontece o contrário, o cliente se sente à vontade em navegar pela sua loja e analisa as sugestões de pacotes/kits com mais calma. No final, ele sente que fez uma boa aquisição — em outras palavras, a experiência de compra foi positiva.

No backstage, as vantagens são muitas, como você viu neste artigo: aumento do ticket médio, fidelização dos clientes e a utilização da inteligência artificial, que é muito mais promissora que os algoritmos (e pode ser utilizada em conjunto).

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Referências

Observamos a forma como o Google coloca links em seu blog Think With Google. Somente links internos são linkados nas palavras; os externos, normalmente para creditar uma informação, são colocados como referência no final do artigo. E não são nem links, são apenas os nomes das pesquisas, levantamentos, etc. Veja este exemplo.

Faz sentido, pois diminui as chances do leitor clicar e sair da página.

¹Martucci, R. (2020). O que a vitrine personalizada pode fazer pelo seu e-commerce?. [online] E-commerce Brasil. Disponível em: https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/o-que-a-vitrine-personalizada-pode-fazer-pelo-seu-e-commerce [Acesso em 25 Nov. 2022].

² (2015). Types of online personalisation for retail ecommerce. [online] Smart Insights. Disponível em: https://www.smartinsights.com/ecommerce/web-personalisation/types-ecommerce-personalisation/ [Acesso em 25 Nov. 2022].

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