Vale a pena contratar uma agência para e-commerce?

Diante das novas tecnologias e da necessidade de criar processos mais eficientes, principalmente no que se refere ao atendimento ao cliente, os e-commerces têm que lidar diariamente com muitos desafios.

Mas como o gerente de e-commerce pode agir diante disso? No que ele deveria focar? Vale a pena buscar uma agência de marketing digital para trazer uma nova visão?

E para falar sobre esse assunto, neste episódio mudamos um pouco as coisas e eu entrevistei o Rafael Dittrich, CEO aqui da Betminds e com mais de 12 anos de experiência no universo dos e-commerces.

Confira alguns destaques da nossa conversa!

Qual é a metodologia da Betminds?

Em uma das empresas que passou, Rafael conheceu seus três sócios. A Betminds surgiu da junção dos escopos de conhecimento de cada um deles, todos profissionais com experiência junto a grandes players do mercado. Com os anos, a empresa foi encontrando seu nicho e, hoje, o grande diferencial da Betminds é sua abordagem holística em relação ao e-commerce.

Na contramão da maioria das empresas no mercado, a agência abrange todas as etapas para colocar em e-commerce em funcionamento, da criação da loja à venda. Além disso, a metodologia se destaca em gerar resultados em ciclos de crescimento para cada estágio do e-commerce.

Como é o time da Betminds é formado?

A betminds possui times multidisciplinares. A ideia é contar com profissionais de diferentes áreas para compor equipes que tenham um visão 360º do processo.

A agência também prioriza profissionais com conhecimentos mais amplos, o que, segundo Rafael, é importante para trazer novos vieses e visões fora da caixa. O resultado são resultados mais robustos e uma melhor performance.

Quais são as maiores dores de um gerente de e-commerce?

Para Rafael, a maior dor de um gerente de e-commerce é encontrar-se muito imerso na questão operacional. Porém, isso não necessariamente é um problema, pelo contrário.

"Eu realmente acho que tem que ser assim. O sucesso de um e-commerce é muito mais do que o marketing digital; essa é só uma parte. O mais importante é estar focado no atendimento, nos dados, na logística... O papel dele é manipular toda essa cadeia para torná-la mais eficiente", afirma.

Como entender as necessidades de um e-commerce?

A análise dos dados históricos da conta é a grande fonte de insights para entender as necessidades de um e-commerce. Segundo Rafael, é a partir deles que é possível fazer um raio-X completo da empresa e compreender quais são os canais mais relevantes e o que funciona melhor para, assim, traçar a melhor estratégia.

"Tem que ser papel da agência - e é um dos nossos diferenciais - trazer esta questão estratégica [operacional, cadastro de produto, atendimento etc.], e não só de marketing".

Principais estratégias para aumentar a conversão no e-commerce

Rafael destaca que, atualmente, quase 50% das vendas do e-commerce vêm do Google. Para ele, a empresa deve focar naquilo que ela pode controlar, ou seja, mídia paga.

"O movimento de muitos varejistas é no sentido de ir para outros canais, mas eu acredito que, no curto prazo, o tráfego pago é o canal que causa mais impacto", diz. "É o que vai fazer funcionar, porque você vai trabalhar o fundo do funil e trazer pessoas que estão interessadas em comprar os produtos".

Como mensurar uma campanha?

A multiplicidade de pontos de contato da empresa com o cliente dificultam atribuir as vendas a um canal específico. Rafael fala que a complexidade da jornada do cliente, que migra canais online e offline, tornam essa tarefa muito mais desafiadora.

Ele destaca que, na betminds, a abordagem é baseada em dados, acompanhando cada canal separadamente. No entanto, para ele, é praticamente impossível atribuir, com 100% de precisão, uma venda a um canal específico.

"Os clientes cobram isso [o ROI de cada canal], mas acredito que essa visão está evoluindo e amadurecendo", afirma. "Tem que olhar cada canal, criar correlações e analisar o custo. E, para isso, ou você conta com um profissional muito bom ou com um parceiro muito bom".

No entanto, esse também pode ser um desafio, já que, segundo Rafael, faltam profissionais qualificados no mercado com a capacidade de fornecer uma visão estratégica, e não apenas operacional.

O que um gestor de e-commerce deveria fazer mas que poucas empresas fazem?

Rafael fala que falta às empresas trabalhar os pilares principais do e-commerce: entrega, logística e otimização dos canais de atendimento para agilizar o processo.

"Tem coisas muito básicas que, no Brasil, não são bem feitas. Eu acho que o gerente de e-commerce tinha que estar trabalhando em como melhorar a experiência de compra do consumidor". Rafael Dittrich

Como o mobile commerce está afetando o comércio eletrônico e qual é a importância de UX e UI?

A Betminds bate muito na tecla da experiência do cliente. Para Rafael, isso é fundamental e, uma vez que, nos últimos anos, houve uma migração do comportamento do consumidor.

Para se ter uma ideia, as vendas pelo celular já representam mais da metade do total, segundo a Ebit|Nielsen.

Rafael destaca que, diante desse cenário, todos os e-commerces deveriam estar focando em UX e UI e em otimizar suas lojas (aplicativo e site) para dispositivos móveis.

Ele lembra que, além do peso que isso tem para o usuário, essa otimização é fundamental para o ranqueamento do site no Google. Isso porque os sinais de experiência na página, como usabilidade e velocidade, são elementos avaliados pelo mecanismo de busca para classificar os sites nos resultados de pesquisa.

"Você deveria estar olhando isso. Inclusive, deveria acessar todo dia o mobile para ver como está o seu e-commerce", sugere.

Quais são as tendências para o comércio eletrônico e qual o impacto da inteligência artificial?

Rafael diz que, apesar do alvoroço recente com o ChatGPT, tecnologias como a Inteligência Artificial são tendências ainda não estabelecidas no mercado.

Para ele, existem outras estratégias que já estão sendo implementadas por muitos e-commerces que ainda precisam ser mais bem exploradas, como o live shopping, a questão da personalização e da integração dos canais.

"E não chega a ser uma tendência, mas uma obrigação: o mobile. Não é todo mundo que está olhando para a experiência mobile. E agora com o 5G, principalmente quando chegar em centros menores, o mobile será muito utilizado", ressalta.

No entanto, ele destaca que isso não significa que a IA deva ser ignorada. "Vendo o hype do ChatGPT, a principal questão agora é como trazer a Inteligência Artifical para o e-commerce".

Qualquer e-commerce deve contratar uma agência de marketing digital?

Para Rafael, esta é uma questão polêmica. Ele destaca que essa decisão depende, na verdade, da maturidade da empresa. "Na maioria dos casos, vai valer a pena. Não necessariamente para compor seu escopo técnico-operacional, mas também no escopo de consultoria", ressalta.

Ele também fala que a agência de marketing pode trazer um diferencial importante: a cultura. Para ele, a dinâmica de trabalho de uma agência é menos engessada e favorece a retenção de talentos - sobretudo da nova geração. E isso pode contribuir para os resultados do seu negócio.

Assista o episódio completo

O episódio na íntegra já está no ar, então eu te convido para assisti-lo, dando play no vídeo abaixo ou para escutá-lo direto no spotify, clicando aqui!

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