Dados do mercado

Relatório: transformação digital na América Latina

Confira os principais insights do relatório da Atlântico sobre a transformação digital na América Latina e as potencialidades da região.

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O fundo de venture capital Atlântico elaborou um relatório sobre a transformação digital na América Latina. O estudo busca jogar luz sobre os impactos da democratização digital e de tecnologias como a Inteligência Artificial na região.

Vamos ver alguns dos principais pontos trazidos pelo estudo.

América Latina: o motor do mundo

Com um PIB de US$ 6 trilhões e mais de 660 milhões de habitantes, a América Latina, considerada como um todo, equivale à terceira maior economia e população do mundo. Brasil e México lideram a região em ambos os aspectos.

No entanto, o panorama pós-pandemia é desafiador. O fim da crise gerou estagnação do PIB geral da última década e dificultou a luta contra a pobreza. Além disso, a volta à normalidade resultando em picos na inflação e nas taxas de juros dos países.

O estudo entrevistou pessoas e questionou, por exemplo, como o aumento dos preços afetou as famílias no último ano. Pegando apenas os dados do Brasil, 55% responderam que foram muito impactados, enquanto 42% afirmam ter sido um pouco afetados.

Desemprego e informalidade

A maioria dos países latino-americanos também têm altas taxas de desemprego e trabalho informal. A Colômbia lidera o ranking de desocupados, com 11% da população sem emprego. O Brasil aparece em segundo, com 9%.

Em relação à taxa de informalidade, a Colômbia também aparece em primeiro, com 63% da população nesta condição. O Brasil apresenta 39%, ficando em quarto lugar na região.

Escolaridade e acesso a serviços de saúde

O relatório da Atlântico também buscou dados relativos à escolaridade. Fazendo um recorte da população entre 25 e 34 anos, constatou-se que, no Brasil, apenas 23% possuem ensino superior completo. Embora baixo, o índice coloca o País apenas atrás do México na região. Em comparação, nos EUA, 51% das pessoas nesta faixa etária concluíram o ensino superior.

Tratando do acesso à Saúde, o estudo traz o número de médicos por 10 mil habitantes. A Argentina lidera o ranking, com dados, inclusive, superiores aos dos Estados Unidos. São 39 médicos para cada 10 mil pessoas. O Brasil aparece em quarto lugar, com 21, abaixo da recomendação mínima de 25 da OMS e apenas em 62º em todo o mundo.

China, União Europeia e Estados Unidos

O estudo traçou também a percepção dos latino-americanos sobre a influência dos três principais parceiros econômicos da região. Ao todo, 57% das pessoas da América Latina consideram boa a influência da China por meio de investimento e comércio; 32% veem negativamente.

Interessante notar que, no Brasil, 66% dos entrevistados consideram a parceria com a China muito importante para o País, enquanto apenas 21% dizem ser pouco relevante. Os números são menores do que os registrados para EUA (75% e 9%) e UE (69% e 13%).

O peso da commodities

A economia da América Latina depende fortemente das commodities. Seja os minérios explorados no Chile ou os insumos agrícolas no Brasil, a região é dependente de bens primários.

Os dados gerais mostram que: 24% das exportações são de alimentos, 12% de minérios e 11% de outros insumos. Os países latino-americanos representam 49% das reservas de lítio do mundo (essencial para a fabricação de baterias, por exemplo), além de liderar largamente a média de exportação de produtos agrícolas.

Democratização digital

A América Latina tem se digitalizado rapidamente. A taxa de penetração da internet aumenta rapidamente. No Brasil, por exemplo, nos dez anos entre 2012 e 2022, o Brasil pulou de 49% para 84% da população com acesso à rede mundial. O Chile alcançou os 90%, enquanto a Argentina já chegou a 87%.

Uso da internet

Os latino-americanos estão entre os internautas mais ativos do mundo e lideram muitas plataformas sociais em uso. O estudo trouxe dados sobre o tempo médio diário gasto na internet. os resultados:

  • Brasil: 9.3 horas;
  • Colômbia: 8.8 horas;
  • Chile: 8.78 horas;
  • Argentina: 8.7 horas;
  • México: 7.8 horas.

Importante notar que, em todos esses países, a maior parte deste tempo acontece pelo celular.

Além disso, os latino-americanos são os que mais passam tempo nas principais plataformas do mundo. O número de usuários que acessam a plataforma selecionada pelo menos uma vez por mês é:

  • Facebook: 73%;
  • Instagram: 52%;
  • Titok: 36%.

No caso de YouTube (72%) e Netflix (31%), a região fica em terceiro lugar.

Participação on-line do varejo

O Brasil vem se aproximando dos EUA no que diz respeito ao e-commerce. E, no nosso caso, isso é impulsionado pelo mobile commerce. Em 2018, a diferença na taxa de participação on-line no varejo entre os países era de 57%; hoje é de apenas 32%.

A participação do e-commerce no varejo já chega a 11% no País, sendo 60% do total feito por dispositivos móveis. No entanto, ainda estamos empatados com a Argentina (11%) e atrás do México (13%) na região.

Serviços bancários

Na última década, cresceu também o acesso a serviços bancários na região, principalmente por canais digitais. De 2017 a 2021, por exemplo, houve um salto de 18% na penetração de conta bancária.

O índice é liderado pelo Chile, onde 87% da população maior de 15 anos de idade tem acesso a conta bancária. O Brasil aparece em segundo com 84%.

Em relação ao canal de acesso a esses serviços, o celular lidera com 79% da preferência, seguido pelo internet banking com 16%.

Mercado Livre como líder de mercado

O Mercado Livre lidera o e-commerce no Brasil, tendo quase um terço do volume total de acessos. De acordo com dados de estimativa de market share de visitas dos principais varejistas do e-commerce no Brasil, o site aparece na frente de Shipped e Schein, além de outros players como Amazon e Magazine Luiza.

Velocidade de internet móvel e penetração dos smartphones

O acesso ao e-commerce aumentou na região, apesar da velocidade considerada baixa na internet móvel. O Brasil lidera a região, mas isso não é o suficiente para o colocar a par dos líderes mundiais. O País aparece apenas na 52ª posição no ranking global das velocidades medianas de download.

Já os dados de penetração de smartphones em comparação ao número total de aparelhos celular mostra que, nas principais economias da América Latina, o índice supera os 60%. É o caso no Brasil, Argentina e México.

Renovação do espírito empreendedor

O investimento global em venture capital caiu 49% no segundo trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior na América Latina. Trata-se da maior variação em todo o mundo.

As empresas de tecnologia latino-americanas seguem tendo acesso a níveis relevantes de capital. No entanto, 74% das empresas realizaram algum lay off nos últimos 18 meses; 40% deles têm menos empregados do que há um ano.

Aos poucos, as organizações retomam as contratações. Mesmo assim, 55% das empresas afirmam que estão contratando atualmente para apenas alguns cargos. Somente 11% dizem ter muitas vagas em aberto.

Unicórnios e PMEs

A América Latina têm crescido no número de empresas de tecnologia de capital aberto. Embora muito atrás de EUA e China, a quantidade de empresas com avaliação de US$ 1 bilhão ou mais vem aumentando.

Saindo do campo da tecnologia, as pequenas e médias empresas ainda contribuem pesadamente para a economia da região. No Brasil, por exemplo, as microempresas representam 85% do total, enquanto as grandes apenas 1%. O panorama é semelhante em México e Colômbia.

Em relação aos empregos, nada menos que 60% deles acontecem nas PMEs. Esse índice é maior do que nos Estados Unidos.

Produtividade

As empresas da América Latina pecam em produtividade, porém. Quando analisada a diferença de produtividade pelo porte da empresa, existem grandes gaps. No Brasil, o valor acrescentado por pessoa empregada varia 79% entre pequenas e grandes empresas. No México, isso chega a quase 250%.

Dinheiro: do papel ao pix

A forte adoção do Pix e de canais digitais mostra o potencial do sistema financeiro. Pegando os dados das formas de pagamento mais utilizadas pelos brasileiros e a frequência com que são utilizadas, temos:

  • 43% acessam o Pix diariamente; 29% o cartão e 21% dinheiro.
  • 82% acreditam que o Pix teve um impacto positivo na sua vida.

O celular lidera disparado como canal de acesso. Ao todo, 79% dos brasileiros utilizam o smartphone para realizar operações. O internet banking caiu e representa somente 16%.

IA: equilibrando o futuro

A América Latina está acima da média global em termos de preparação para a IA. No entanto, o capital humano apresenta o maior desafio, com falta de mão de obra qualificada. Chile e Brasil lideram o índice de prontidão, aparecendo entre os 40 países mais preparados do mundo, acima da média mundial.

O número de iniciativas regulatórias de IA também têm crescido. A Colômbia lidera a região, à frente dos países como a China. Brasil, México, Chile e Argentino vêm mais atrás.

IA e empregos

A população latino-americana se sente otimista sobre o impacto da IA, embora haja um temor sobre a perda de empregos. Quando perguntados sobre se os impactos da EA serão positivos ou negativos, 54% dos entrevistados disseram achar muito positivo, contra 27% que dizem ser negativo.

Sobre os empregos, 23% não acreditam que a Inteligência Artificial ameace seu trabalho e 37% dizem que ela pode assumir parte do seu trabalho.

Atendimento e marketing

O atendimento ao cliente e marketing e vendas são os usos mais proeminente de IA na região, O atendimento corresponde a mais de 50%, enquanto vendas e marketing 30%, com previsão de dobrar o uso.

Alto custo e escassez de talentos

Como vimos, o capital humano é o grande entrave para evolução da IA na América Latina. As principais restrições apontadas pelos entrevistados para adoção da tecnologia são:

  • Desafios de negócio ou processo no uso de insights de IA (47%);
  • Escassez de cientistas de dados ou desenvolvedores de IA in-house (45%);
  • Alto custo da tecnologia (41%).

Já sobre o sentimento das startups sobre adoção de Inteligência Artificial, 57% acreditam que a escassez de mão de obra qualificada é o principal entrave ao desenvolvimento da IA no Brasil.

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