Downloads de aplicativos de e-commerce crescem 43% e marcas nativas digitais se destacam
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O mercado está se tornando mais maduro a novos players, sejam eles de e-commerce ou serviços financeiros.
O comércio digital na América Latina vem passando por uma grande transformação. A digitalização do setor avança a passos largos na região, impulsionada sobretudo pelo uso cada vez maior de smartphones e outros dispositivos mobile.
O mercado latino-americano está se tornando mais maduro e aberto a novos players, sejam eles do setor de e-commerce, serviços financeiros ou meios de pagamentos.
E isso cria um ciclo virtuoso: a forte digitalização da região permite a entrada dessas empresas e, por outro lado, a maior presença desse tipo de negócio amplia ainda mais a procura pelo acesso a serviços digitais.
Enquanto o comércio digital se recupera com força na América Latina, é importante dar um destaque especial aos meios de pagamentos digitais. Iniciativas para pagamento em tempo real, como o Pix, no Brasil, e carteiras digitais mais flexíveis e integradas transformaram a relação das empresas e pessoas latino-americanas com os meios de pagamentos e o e-commerce.
Isso criou uma corrida em que as organizações buscam oferecer a melhor experiência de compra possível, aliando-a com opções de pagamento diversificadas e uma logística que atenda às necessidades do consumidor digital.
O relatório Beyond Borders 2021-2022, feito pela Ebanx, coloca uma lupa sobre esse cenário na América Latina, buscando entender as principais tendências da região e destacar os principais dados que indicam a expansão do comércio eletrônico e dos meios de pagamentos digital nos três continentes.
A seguir, vamos explorar algumas das informações trazidas pelo relatório e entender melhor o contexto brasileiro. Acompanhe!
Nos últimos dois anos, novos meios de pagamentos surgiram na América Latina, expandindo o acesso da população não apenas ao sistema financeiros, por meio de novas modalidades digitais para pagar, receber e transferir dinheiro, mas também ao mercado digital como um todo.
De fato, esses meios de pagamentos desempenham um papel fundamental no crescimento vertiginoso do e-commerce na região. A exemplo do Brasil com o Pix, eles estão se tornando cada vez mais digitalizados, mesmo em continentes em que o hábito de usar dinheiro em espécie segue tão forte.
Como comentamos, a maior facilidade atrai novos consumidores para o comércio eletrônico, ao mesmo tempo que faz com que os protocolos de segurança e autenticação das instituições financeiras e e-commerces também tenham que evoluir.
Segundo o relatório Beyond Borders, as carteiras digitais(11%) e os cartões de débito (13%) tomaram o lugar do dinheiro em espécie (9%) no e-commerce latino-americano. Vale destacar, porém, que os cartões de crédito ainda dominam o mercado (44% para cartões nacionais e 24% para cartões internacionais).
Mas há um elemento que promete alterar completamente o equilíbrio dessa balança: os meios de pagamentos em tempo real. O Pix se tornou um case de sucesso que, hoje, é estudado em todo o mundo.
A iniciativa do Banco Central já impulsiona alternativas semelhantes em outros países, como o Transferencias 3.0, do governo argentino, o CoDi, do México, e o PSE, da Colômbia.
Embora esses meios de pagamentos ainda não possam ser comparados à adesão e ao sucesso que o Pix obteve no Brasil, trata-se de um importante indicativo da direção que o mercado está tomando. Essas iniciativas abrem as portas para a criação de um ecossistema focado em pagamentos em tempo real, não apenas como soluções como o PIx, mas também com as carteiras digitais.
A perspectiva é que isso leve a novas possibilidades acerca de pagamentos internacionais mais ágeis e sem fronteiras e experiências de compra online ainda melhores.
O relatório aponta, ainda, outra tendência importante: os meios de pagamentos em tempo real não devem ficar restritos a ações governamentais, como o Pix. Muitas instituições financeiras privadas na América Latina vêm desenvolvendo soluções nesse sentido, especialmente focando nos pagamentos P2P.
O Peru se destaca nesse cenário, como alternativas como o Yape, um app privado, mas que é usado inclusive para o pagamento de auxílios do governo. O PLIN, iniciativa criada por uma fintech, segue o mesmo padrão do Pix, permitindo pagamentos 24 horas por dia, sem taxas e em tempo real.
Por fim, juntamente com os meios de pagamentos em tempo real, outra alternativa que cresce aceleradamente na região são as carteiras digitais. De acordo com o relatório, essa alternativa teve crescimento de 40% em 2021 nos três continentes, movimentando mais de US$ 33 bilhões apenas no comércio digital.
Parte disso se explica pela comodidade de mantê-las e usá-las no smartphone, inclusive em pagamentos presenciais, por meio da tecnologia NFC. Seu uso também é impulsionado por serviços digitais, como streaming, aplicativos de delivery e EAD.
Novamente o Brasil se destaca na América Latina com alternativas como o Mercado Pago, do Mercado Livre, e o Ame, das Americanas e outras empresas da B2W. O PayPal é outro exemplo com grande penetração.
O relatório Beyond Borders dedica um capítulo inteiro somente ao Pix. Segundo o documento, especialistas são unânimes em tratar a iniciativa do Banco Central como uma revolução - que, como vimos, em breve deve tomar conta de toda a América Latina.
Em questão de meses, o Pix foi adotado por cerca da metade da população brasileira (48% em setembro de 2021), tirando a liderança do boleto, no que se refere ao meio de pagamento favorito da população. Aliás, o PIx também ultrapassou, em volume, os pagamentos feitos por cartão de crédito e débito. Já há mais brasileiros utilizando a funcionalidade do que donos de cartão de crédito no País (25%).
Em um ano, foram mais de 7 bilhões de operações. Isso torna o Pix o meio de pagamento com maior taxa de crescimento em toda a América Latina, com média de 20% ao mês desde seu lançamento.
Mas o que explica o sucesso do Pix? Segundo o relatório, quando comparado a outros países, os brasileiros são mais abertos a testar novas tecnologias de serviços financeiros, sejam elas de bancos tradicionais ou de fintechs.
Outra explicação está na facilidade para pagamentos P2P, isto é, entre pessoas. Em um país com alto índice de autônomos, os brasileiros precisam de uma alternativa rápida, barata e acessível para fazer negócios.
Mas o PIx vai além das transações entre pessoas. A funcionalidade de QR Code, destaca o estudo, trazer mais interoperabilidade para o mercado, permitindo que diferentes players integrem o Pix às suas operações de forma segura e padronizada. Isso acaba atraindo mais pessoas.
E isso se reflete nos números. Se nos primeiros meses a maior parte das operações do PIx se concentrava em transferências P2P, hoje, há um volume crescente de operações entre empresas, incluindo as P2B (pessoas para negócios).
A expectativa era de que as transações P2B terminassem 2021 com mais de US$ 70 bilhões movimentados.
É preciso falar ainda da presença do Pix como meio de pagamento no e-commerce. No país do boleto, a ferramenta do BC já representava 6% de todo o volume do comércio eletrônico em 2021, ultrapassando o cartão de débito.
Além dos benefícios para os consumidores, o estudo ressalta os impactos do Pix para os lojistas. Afinal, trata-se de uma alternativa barata, de fácil implementação e com a confirmação instantânea da compra.
Estima-se que o uso do Pix para comprar online deve dobrar a cada ano, acumulando um crescimento de 95% até 2024. Com isso, ele deve tomar o espaço que hoje ainda é ocupado pelo boleto e pelas transferências bancárias.
Para se ter uma ideia, antes do Pix o boleto representa 50% dos pagamentos feitos pelos brasileiros. Hoje, esse índice está em apenas 18%.
Por fim, o estudo destaca o anúncio do presidente do Banco Central sobre os planos para ampliar o Pix para operações internacionais e sem internet. Isso poderia criar um hub de pagamentos sem fronteiras na América Latina, impulsionado ainda mais o crescimento dos meios de pagamento digitais e do e-commerce na região.
Ou seja, podemos afirmar que o Brasil está na vanguarda quando se refere aos meios de pagamentos digitais, lançando com o PIx a mais forte tendência para todos os países dos três continentes: os pagamentos em tempo real.
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