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Faturamento do e-commerce no Rio Grande do Sul cai 46% devido às enchentes

A tragédia das chuvas que atingiu o Rio Grande do Sul trouxe um impacto significativo ao e-commerce local, com uma queda abrupta no faturamento e desafios logísticos que afetaram a entrega de produtos.

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A tragédia das chuvas que atingiu o Rio Grande do Sul trouxe um impacto significativo ao e-commerce local, com uma queda abrupta no faturamento e desafios logísticos que afetaram a entrega de produtos. A seguir, detalhamos os efeitos dessas chuvas no setor e as medidas adotadas pelas principais plataformas de e-commerce para mitigar os danos.

Efeitos no Faturamento

De acordo com a análise da Neotrust, o e-commerce no Rio Grande do Sul sofreu uma redução de 46% no faturamento em comparação com o período anterior às chuvas. Porto Alegre foi a mais afetada, registrando uma queda de 58,9%, enquanto outras áreas do estado viram uma diminuição de até 43,4%. As chuvas causaram danos significativos à infraestrutura, dificultando a mobilidade e limitando o acesso dos consumidores aos produtos online. A necessidade de priorizar compras essenciais também contribuiu para essa queda.

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Divulgação/Neotrust

Os números revelam um cenário desafiador para o comércio online, o que deve exigir adaptações e estratégias por parte dos varejistas eletrônicos para enfrentar esse período. A Neotrust Confi disponibiliza, sem custos, um relatório diário detalhando o panorama atual do e-commerce no estado, oferecendo insights sobre o mercado.

Desafios Logísticos

A infraestrutura comprometida, com estradas bloqueadas e o fechamento do aeroporto de Porto Alegre, criou desafios adicionais para a entrega de produtos.

Os Correios, por exemplo, priorizaram o transporte de doações, resultando em uma redução de até 70% na entrega de remessas e correspondências. As empresas de e-commerce tiveram que ajustar suas operações, enfrentando aumento nos custos de entrega e atrasos significativos.

Medidas de Mitigação

Mercado Livre

O Mercado Livre foi forçado a restringir vendas em algumas regiões do estado e a bloquear temporariamente vendedores gaúchos na plataforma. O centro de distribuição em Porto Alegre foi parcialmente alagado, complicando a coleta de pacotes. A empresa começou a retomar gradualmente suas operações, coletando pacotes em áreas acessíveis e normalizando as vendas. Clientes que realizaram compras antes da enchente podem optar por esperar ou solicitar o reembolso. O Mercado Livre também garantiu que não haverá penalização na reputação dos vendedores afetados.

Amazon

A Amazon suspendeu as vendas em várias cidades do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre, devido ao fechamento do centro de distribuição em Nova Santa Rita. A empresa está focada em garantir entregas seguras antes de retomar completamente as operações. Clientes com produtos atrasados podem solicitar o estorno ou aguardar a normalização das entregas.

Shopee

A Shopee conseguiu retomar suas operações no estado, mas com ajustes significativos. Devido às dificuldades de acesso, a empresa ampliou os prazos de entrega e está oferecendo reembolsos. Além disso, a Shopee criou uma página destacando produtos do Rio Grande do Sul com descontos para incentivar as vendas locais. O centro de distribuição em Gravataí está operando com uma equipe reduzida, já que muitos funcionários foram afetados pela enchente.

Perspectivas Futuras

A recuperação do e-commerce no Rio Grande do Sul dependerá de melhorias na infraestrutura e na adaptação das operações logísticas. A colaboração entre plataformas de e-commerce, empresas de logística e autoridades locais será crucial para garantir uma recuperação sustentável. Inovações e estratégias logísticas avançadas estão sendo desenvolvidas para aumentar a resiliência do setor a futuras interrupções.

Direito do Consumidor

O Procon do Rio Grande do Sul orienta que consumidores que realizaram compras antes da enchente entrem em contato com as empresas para obter uma previsão de entrega.

Caso não haja resposta satisfatória, o consumidor pode solicitar o reembolso. Para compras feitas após o estado de calamidade ser reconhecido, os prazos de entrega devem ser cumpridos, e o direito de arrependimento permanece inalterado.

Análise Detalhada

Nos primeiros quatro meses de 2024, o Rio Grande do Sul representou 4,9% do faturamento do e-commerce brasileiro. Nesse período, as vendas no estado apresentaram uma queda de 3,8% em comparação com o mesmo período de 2023, enquanto o total no Brasil indicava uma queda menor de 0,1%.

Após o impacto das chuvas, a participação do estado caiu para 2,9%, influenciando negativamente o crescimento nacional. Sem o impacto do estado, o crescimento do e-commerce no Brasil teria sido de 11,8% em vez de 9,2%.

A retração do mercado começou em 3 de maio, com uma queda de 16,2% em relação à semana anterior. No dia 4 de maio, o declínio aumentou para 26,7%, e em 5 de maio, a queda atingiu 46,7%.

As quedas são mais acentuadas na região metropolitana de Porto Alegre. No dia 07 de maio, a redução foi de 52,7% em comparação com o mesmo dia da semana anterior, enquanto no interior do estado, a queda foi de 27,3%.

Esses dados indicam um cenário desafiador que exigirá adaptações e novas estratégias por parte dos varejistas eletrônicos.

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Divulgação/Neotrust

Impactos Econômicos e Logísticos

O cenário de calamidade indica vários pontos de atenção. Segundo Léo Bicalho, especialista da Neotrust, a perda de bens duráveis pela população, que possuem grande relevância para as vendas no e-commerce, sugere a possibilidade de represamento de demanda enquanto o estado se mantiver em urgência.

“Categorias como Móveis, Eletrodomésticos, Eletrônicos e Eletroportáteis, que representam cerca de 30% das vendas online, tendem a sofrer alta procura nos próximos meses, o que pode influenciar nos preços e impactar todo o país. A questão logística também será afetada. Com a infraestrutura das estradas muito danificada, principalmente no interior do estado, ainda faltam informações para estimar em quanto tempo será possível a retomada de entrega de pedidos a localidades de importante concentração populacional”, explica Bicalho.

Todas as categorias do e-commerce sofreram impactos. A categoria Moda foi a mais atingida, com queda de 64,6% no faturamento, seguida por Beleza e Perfumaria, com 63%, e Eletrônicos, com 59%. Em contrapartida, Pet Shop teve a menor queda, de 10,7%, e Saúde, de 14,6%.

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Divulgação/Neotrust

Colaboração e Inovação

Empresas de tecnologia e plataformas de venda online estão colaborando para desenvolver soluções que possam prevenir futuras interrupções e melhorar a resiliência do comércio eletrônico em situações de crise.

A experiência adquirida durante essa crise está levando a inovações nas operações de e-commerce, incluindo o desenvolvimento de estratégias logísticas avançadas e o uso de tecnologia para garantir que os produtos cheguem aos consumidores de maneira eficiente.

Previsões para Compras e Entregas

As previsões indicam que o e-commerce no Rio Grande do Sul deverá se recuperar gradualmente à medida que a infraestrutura seja reconstruída e melhorada. As empresas de e-commerce estão implementando medidas de suporte para os consumidores afetados, como políticas de devolução flexíveis, descontos em produtos essenciais e parcerias com serviços locais de entrega.

Essas ações são essenciais para manter a confiança dos consumidores e apoiar os vendedores locais que foram duramente afetados pela tragédia.

Medidas Adicionais das Grandes Plataformas

Mercado Livre

A operação do Mercado Livre em Porto Alegre deverá ser normalizada até o final da semana, com a retomada gradual das vendas e da coleta de pacotes nas zonas mais acessíveis. A empresa está trabalhando para garantir que os vendedores gaúchos não sejam penalizados na plataforma e que os clientes recebam os produtos ou reembolsos conforme solicitado.

Amazon

A Amazon está focada em garantir a segurança das entregas antes de retomar completamente as operações no estado. O centro de distribuição em Nova Santa Rita permanecerá fechado até que seja seguro reabri-lo. A empresa está monitorando a situação de perto e atualizando os clientes sobre os prazos de entrega e opções de estorno.

Shopee

A Shopee está ampliando os prazos de entrega e oferecendo reembolsos para os clientes afetados. A empresa criou uma página especial para produtos do Rio Grande do Sul, oferecendo cupons de desconto para incentivar as vendas. O centro de distribuição em Gravataí está operando com uma equipe reduzida, mas a empresa está tomando medidas para garantir que os produtos cheguem aos consumidores de maneira eficiente.

Conclusão

Em resumo, a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul trouxe desafios significativos para o e-commerce no estado, mas as empresas estão adotando medidas para mitigar os impactos negativos e apoiar os consumidores e vendedores locais.

A recuperação do setor dependerá da colaboração entre plataformas de e-commerce, empresas de logística e autoridades locais, além da capacidade de inovação e adaptação das operações logísticas.

As medidas adotadas pelas principais plataformas de e-commerce, como Mercado Livre, Amazon e Shopee, são essenciais para garantir que o comércio eletrônico possa se recuperar e continuar a crescer após a tragédia.

A capacidade de adaptação e a inovação serão fundamentais para o sucesso contínuo do setor nos próximos meses.

Sobre a Neotrust Confi

A Neotrust é a principal fonte de dados e inteligência sobre o comércio eletrônico no Brasil. Para apoiar o mercado após a tragédia no sul, a plataforma está fornecendo gratuitamente dados diários sobre os impactos nos negócios online em maio.

Entre em contato com a equipe de especialistas para mais detalhes.

Fonte e dados: Neotrust

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